quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Logística está no DNA dos Correios


Diáio do Grande ABC
3 de novembro de 2016

Quem assistiu aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 pela televisão ou presencialmente deve ter notado que tudo estava no lugar certo, na hora certa: o piso do handebol, o obstáculo do hipismo, a tabela de basquete, a bola de futebol, a vela do barco, a toalha do maratonista, a vara do saltador, o cronômetro da natação, as medalhas dos vencedores, as amostras do antidoping, as bagagens dos atletas, as camas na Vila Olímpica, sem contar os ingressos que chegaram nas residências dos torcedores. Por trás de todos os objetos estavam os Correios, que armazenaram, transportaram e entregaram 30 milhões de itens e equipamentos nos locais de competição e demais instalações do evento. A estatal contou com três centros logísticos, totalizando 100 mil metros quadrados, o equivalente a 12 campos de futebol. Mais de 2.000 pessoas envolvidas só na equipe dos Correios, além de 170 caminhões e 2.000 equipamentos de movimentação, entre paleteiras, empilhadeiras, trator e guindaste. A operação recebeu menção honrosa por parte do COI (Comitê Olímpico Internacional).

A medalha de ouro na logística foi possível graças ao planejamento e empenho dos empregados dos Correios. Para desenhar o perfil desta cadeia logística, utilizou-se o modelo Scor (Supply Chain Operations Reference), com o objetivo de identificar demandas e recursos disponíveis. A partir daí, foi criada força-tarefa com dezenas de profissionais para atuarem dedicados aos Jogos; muitos foram enviados como observadores a outras competições similares, como os Jogos de Verão em Nanquim (China), de Inverno em Sochi (Rússia) e o Pan de Toronto (Canadá). Além disso, mais de 40 eventos-teste antes da Olimpíada serviram para aprimorar e ajustar detalhes.

Os Correios trabalharam com a filosofia de ‘fazer certo da primeira vez’, sem margem para erros. Dessa forma, o planejamento adotou medidas rigorosas de controle e modernos softwares e sistemas. A estatal optou por operação asset light, com poucos custos fixos e de forma a desmobilizar a maioria dos ativos envolvidos ao fim dos Jogos, deixando, de um lado, legado de conhecimento e novas tecnologias e, de outro, nenhuma despesa com ativos não mais necessários. Com 353 anos de história e a logística em seu DNA, os Correios têm tradição de realizar grandes operações, como a distribuição das provas do Enem e dos livros didáticos em todos os municípios brasileiros. A maior operação logística do mundo em tempos de paz ratificou a diversidade de serviços que a estatal pode prestar à sociedade, aos governos e a organizações privadas, apontando caminho sustentável para o futuro da empresa.

José Furian Filho é vice-presidente de logística dos Correios.

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